quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Que Deus esteja sempre conosco, nos dando força pra vencer este mal. Assim seja!

Gente, eu preferi não postar durante este período, pois eu tive crises, e quase voltei a ter o grau da doença em que percebi que precisava procurar ajuda, mas graças a Deus não chegou a tanto, estou mudando de medicamentos e doses direto, e parece que nada resolve, mas estou na esperança que uma hora dê certo, que algum dia eu volte a dizer que melhorei muito, como disse aliviada depois de um mês de tratamento com o 1º medicamento que usei, depois disso piorei, acredito até que não era necessário mudar este medicamento, mas todos os médicos dizíam que eu estava muito magra e sem fome por causa do medicamento, e ninguém pensou em subir a dose dele, apenas em mudar de remédio, então fazer o que, eles estudaram anos e não sou eu que vou interferir, sei que Deus está comigo e estou cercada de pessoas que gostam de mim e que estão dispostas a me ajudar, que possuem algumas dificuldades, perincipalmente em me entender e não possuem tempo para estudar o que é TOC e não se colocam no meu lugar, apenas brigam, brigam e brigam, mas tenho que ter paciência, pois eles querem o meu bem. Faltei trabalho 2 dias, cheguei atrasada no trabalho um dia, e quase não fui, pois detesto chegar atrasada, mas tomei coragem, e foi um sacríficio dar cada passo em direção ao trabalho, eu cheguei a andar mais devagar que o de costume, mudei o caminho querendo ir em direção a algum médico que me desse atestado médico, mas o medo de não me darem de novo, e eu perder mais algum dinheiro e me ferrar depois pra pagar meu tratamento, rezei, pedi força, chorei, mais cheguei lá, e amanhã terei que chegar cedo ao trabalho pra repor a aula da turma que não teve na terça... Passei o dia tentando colocar minha vida acadêmica e no trabalho em dia, corrigi provas, planejei aulas, mandei os conteúdos das próximas provas por e-mail, escrevi uma página a mais na monografia (pouquíssimo, mas foi o que consegui), comi, é tanta coisa na minha cabeça, tanta coisa pra fazer, tanto compromisso que tenho, que tem dias que como hoje não sei se tomei ou não o remédio depois o almoço, pelo menos hoje eu comi razoavelmente, eu faço um esforço pra comer, que nenhum ser humano que eu conheça faz, pois a maioria das pessoas se esforçam é pra não comer, até besteira é difícil de engolir, até bala, bolo, salgado, tudo... Eu finalmente to passando um pouquinho menos mal estes dias, o passar mal não é mais durante o dia inteiro, é apenas algumas vezes, mas pra mim ainda não tá bom, u quero me sentir bem, eu quero conseguir cumprir com minhas responsabilidades, quero que esses pensamentos sumam da minha mente e me deixem chegar no horário aos lugares, quero ter ânimo de acordar e levantar da cama pra viver o dia, aproveitar as horas, fazer as coisas que são pra ser feitas, quero uma casa que não esteja de perna pro ar como a minha está, quero que meus pais larguem do meu pé, pois eu me esforço de mais, me cobro de mais, e a cobrança deles me deixa louca. Até minha psicóloga as vezes não consegue me entender e as vezes me cobra mais do que eu consigo fazer por enquanto, eu não sou preguiçosa, quem me conhece antes deu ter essas crises mais graves, sabe que algo que eu nunca fui é preguiçosa, ouvir minha psicóloga e meus pais me chamarem de preguiçosa dói muito, é como gritar algo gastando toda sua voz e não ser ouvida, é assim que me sinto, como se não reconhecessem o meu esforço, como se não percebessem minha diiculdade, como se não respeitassem meu ritmo, meu momento, eu não quero pensar no que penso, não quero fazer o que faço, eu juro que não. Eu só quero ser uma pessoa melhor. Ainda bem que esta semana e sexta passada minha psicóloga foi maravilhosa comigo, eu gosto muito dela, eu consegui contar pra ela coisas que nunca falei rpa ninguém a não ser comigo mesmo no banheiro, treinando pra contar a alguém, consegui também tirar dúvidas sobre alguns sentimentos, e finalmente encontrei alguém que acredita que eu me amo, mesmo que as vezes eu me machuque e queira me matar sem querer... Eu durante todos esses dias só fiz um pedido a Deus, a única coisa que eu quero nesse mundo é alguém do meu lado que eu possa contar com essa pessoa 24h por dia, e que tenha também, ao mesmo tempo, a oportunidade de fazer bem a ela, mas parece que Deus não quer conceder esse meu pedido, ou melhor, que eu não mereço ainda isso, que eu tenho que ficar sozinha pra aprender a ser mais forte do que já sou. Pois eu acredito ser forte, mesmo que muita gente diga que eu sou uma fraca, fresca, sem vontade suficiente de mudar. Mas não é fácil mudar coisas que fazem parte da sua vida desde que vc se entende por gente, e que vc sempre achou que eram defeitos seus, só seus, que vc era portanto de outro mundo, um ET abandonado no planeta Terra. Eu queria alguém do meu lado, princiaplmente durante as noites, pois essas são as mais difíceis de suportar, me sinto só, sei que não estou, agradeço a Deus pelas pessoas maravilhosas que ele colocou em meu caminho, mas me sinto muito sozinha, principalmente a noite, momento que não posso ligar pra ninguém a não ser que seja uma emergência e olhe lá, e o que eu mais queria era apenas uma compania, alguém que falasse coisas bonitas ao telefone, ou que estivesse ao meu lado me abraçando e acariciando até eu adormecer. Tenho tantos medos, medo de não conseguir a faculdade acabar, a monografia apresentar, medo da minha orientadora comigo brigar, medo de dinheiro faltar, medo de perder o emprego, medo de decepcionar as pessoas, principalmente minhas crianças queridas, meus alunos da escola e do GELC, medo de acabar me matando sem ser essa minha vontade, medo de perder a sanidade, medo de grudar na cama mas do que tenho grudado e de lá ser tirada a força e ser levadda pelo SAMUR, como minha mãe ameaça, medo de não ter meus sonhos realizados, medo de não ter cumprido minha missão no mundo por falta de força, mas eu juro que to me esforçando, sei que só eu sei como me esforço, e que é difícil convencer os outros disso, mas é a mais pura verdade. Eu quero parar de chorar como estou chorando agora, quero voltar a sorrir, quero voltar a ser ativa como sempre fui, quero voltar a alegrar as pessoas, quero voltar a ter amigos, ir a lugares, passar dias na casa de colegas cantando músicas, jogando, brincando, quero curtir minha juventude antes que ela se vá, e eu perca essa oportunidade, quero me destraumatizar e voltar a beijar, namorar, sair, frequentar festas, e tudo mais... Quero viver em paz, quero viver como qualquer outra pessoa "normal", quero viver, só isso. Pois tenho sobrevivido, tenho arrastado-me dia após dia, e isso não é vida, é tortura. Quero não perder minhas esperanças, quero ajuda, quero muita ajuda, e entendimento, quero ver meus amigos da riostoc mais do que vejo, e já fui proibida de ir em dezembro... Aff... Depois de tudo isso, só tenho algo a recomendar, informação pra quem precisa, pra quem vem em busca de entender o que é TOC, ou síndrome de Tourette, vejam entrevista com a Roberta, minha querida amiga diretora da Riostoc, na ALERJ, dividida em vídeos, em algumas partes, no seguinte link: http://www.youtube.com/results?search_query=Roberta+Rocha+TOC&aq=f
Muito obrigada pela atenção epaciência de ler meu desabafo. Bjs pra tds e força pra todos que passam por essa luta assim como eu, nós vamos vencer esse mal!!!!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mais uma postagem da minha vida...

Passei mais de um mês passando mal todos os dias, até que ontem não guentei ir trabalhar, nem ir a um médico pedir um atestado, até porque sabia que eles falariam que é frescura, já que o psiquiatra disse que são sintomas de ansiedade, que o medicamento não estava fazendo o efeito que ele esperava pela dose e pelo tempo, e modificou mais uma vez minhas medicações, agora até este começar a fazer efeito... Enquanto isso eu aguardo passando mal, dia estando bem, dia estando mal, e dias estando muito mal... Ainda levo bronca por este tempo todo conseguir enfrentar e fazer tudo e ontem não ter conseguido e ter faltado o trabalho, ontem foi muito ruim. Os pensamentos me atormentaram, mas eu não fiz nenhuma besteira, mas minha mãe não encherga isso, o lado positivo. Hoje eu fui no médico, e graças a Deus não deu nada no exame, não tenho nenhum tumor na hipófise, então a prolactina alta ou é medicamentosa, por isso parei de tomar dois remédios que podiam causar isso, e tenho que esperar um tempo pra voltar a fazer o exame de sangue, se a prolactina continuar alta, aí tenho que tratar com um endocrinologista. Acabei falando com o médico do meu mal estar constante, todo dia passando mal, sentindo dor, enjoo, etc. Acretita que ele me mandou namorar, fazer um esporte, uma atividade física, e parar de me preocupar com o trabalho e com os estudos, ele não entende, eu to em processo de monografia, último período de faculdade, só to trabalhando para ter dinheiro pra pagar meus remédios e minhas consultas, ou você acha que eu tenho opição de estudar sem trabalhar, e não to namorando porque não sou dessas meninas que saem ficando com tudo quanto é gente, e saem pra baladas e conhecem um monte de gente, tipo, pra rolar algo comigo precisa ter tempo, confiança, ser sério, ainda mais depois de traumas que eu sofri com ex-namorados. Não é fácil isso, e mesmo que eu goste de uma pessoa e queira namorar com ela, eu não vou chegar pro menino e tipo, perguntar "Você quer namorar comigo.", eu só meio antiga, pra mim o menino é que tem que ter iniciativa, e também me assusto quando essa iniciativa é rápida de mais, eu preciso primeiro ser amiga dessa pessoa, voltar as minhas aulas de dança é um sonho, quem me dera, mas não tenho tempo pra isso, se não eu piraria com mais um compromisso, eu não tenho tempo pra nada. Não vejo a hora desse ano terminar e eu começar uma vida nova ano que vem. Bem, existe uma pessoa que se pedisse pra namorar comigo, eu acho que aceitaria, mas ele não pede, e tem outra pessoa que só faltou me pedir isso na primeira vez que eu o vi na minha vida, ah se ele fosse mais devagar, talvez não me assustasse e pudesse me conquistar, pois ele até que é legal, na verdade eu me assustei pois estou a um tempão sem ninguém interessado em mim, e eu menos ainda interessada em alguém, e aí quando eu começo a me interessar por outra pessoa, parece que outras quatro resolveram se interessar por mim, aí complicou tudo, não sei o que fazer, acho que to esperando alguém conquistar meu coração, algo que eu não sei se é fácil acontcer, mas que pelo visto vai ter uqe acontecer, pro meu próprio bem, eu preciso pensar em alguém além de mim, eu preciso me distrair, sair, me apaixonar... Na verdade, ter uma razão pra viver cada dia, algo que me motive a querer continuar viva, além do meu sonho de ajudar crianças e pessoas com necessidades educacionais especiais, principalmente surdos. Tem horas que a minha vontade é de não fazer nada, de não sair mais de casa pra nada, de não comer mais, ainda bem que existem pequenas coisas que me ajudam a ter força, ir pra faculdade só pra ver uma professora que é muito legal comigo, é uma dessas, levantar e sair de casa pra ir pra psicóloga é outra, ir pra evangelização das minhas crianças queridas aos sábados, me faz bem, mas até pra isso tenho feito esforço, pra trabalhar então, haja força de vontade, como eu queria ter pais ricos e não precisar trabalhar fazendo faculdade e ter tanta responsabilidade... Como essa vida é difícil e as pessoas não enchergam isso, sei que a vida de todo mundo é difícil, sei que tem gente com problemas piores que os meus, mas só queria que as pessoas não me enchergassem como me enchergam, elas me veem como uma criança que não tem problemas e que não sabe o que a vida adulta me espera, acham que por eu ser nova não tenho direito de sofrer, que isso é coisa de quem tem filho, marido, e casa pra cuidar. Mas ter um pai como o meu, um mãe como a minha e uma irmã como a que tenho é como ter um filho e um marido, e ainda uma sogra morando em casa, mesmo nunca tendo passado por isso, pelo que me descrevem dá no mesmo. Meu pai tem que ser tratado como uma criança, dá preocupação, vive aprontando, não pode deixar sozinho em casa, atrapalha a gente a estudar e a planejar aula, corrigir provas, e vive brigando com todo mundo e reclamando de tudo, como um marido chato, dá trabalho em dobro, porque eu sou a que mais fico em casa, minha irmã é tão fresca e rabugenta e reclamona, que também é como um marido, e minha mãe é tão incherida como uma sogra, tipo, não to reclamando da minha família, eu os amo muito, mas só to dizendo que dá o mesmo trabalho que a família de quem tá casado e tem filhos, e que tamém tenho direito de me enrolar, de estar triste um dia, preocupada no outro, etc. Só porque tenho 21 anos, não quer dizer que eu não saiba como a vida é sofrida e difícil, eu sei disso desde pequena, pois ser filha de alcoolista e ter TOC, ser manipulada e totalmente controlada por duas pessoas, ser submissa a vontade delas... Eu só queria ter algo de bom pra falar, tipo: "Ah, tal pessoa é tão legal, eu saí com ele(a) pra tal lugar, foi divertido, fizemos isso, comemos aquilo..." Mas nem sair de casa eu consigo, eu me sinto muito carente, e sinto falta sim da época que tive meu primeiro namorado, foi uma época maravilhosa na minha vida, minha mãe me deixava ir a todos os lugares que eu quizesse, eu tinha coisas boas pra contar pras amigas, eu tinha amigas que gostavam de estar perto de mim, minhas qualidades ficavam mais nítidas que meus defeitos e problemas... Sei que minha melhora só depende de mim mesma, mas acho que isso ajudaria. Agora médico receitar namoro, é D+, como se encontrasse namorados bons em qualquer farmácia de esquina a venda. Não aguento mais todo mundo me falando isso como se eu escolhesse essa situação na hora que eu bem quiser, agora até o médico falar isso, é bizarro.
Espero que dê tudo certo nessa vida! Bjs pra tds, e desejo o mesmo pra vcs!!!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Notícias

É tanta coisa na faculdade que eu to ficando doida... rsrsrsrs Eu tenho passado mal todos os dias, não sei se é por isso, mas deve ser, é muita ansiedade, medo, eu fico com um monte de dor, dor de cabeça, dor de barriga, dor no pé, dor no braço, dor nas costas... e também com vontade de chorar, enjoada... é horrível! Eu não aguento mais passar mal, tenho vontade de não fazer nada, mas não posso ter esse luxo, vou no psiquiatra quinta e falarei com ele, enquanto isso faço prece pra isso tudo passar.
Também tive pensamentos intrusivos no domingo, mas graças a Deus passou, era sobre meu passado, não saía da minha mente, e agora tenho tido pensamentos de desistir das coisas, de falatar aos compromissos, e tá difícil acordar todos os dias. Como dizia Emanuelle Laboritti, tá muito "difiti, muito difiti!".
E Felipe, espero que você fique bem, que eu fique bem, e desejo muita saúde pra todos vocês que passam por aqui, leem minhas postagens, comentam, espero mesmo, de coração, a melhora de todos nós, e que consigamos fazer os enfrentamentos necessários. Postei no meu blog pessoal, quem quiser visitar fique a vontade, o link está aqui no blog.
Estou tão atarefada que não sei quando conseguirei passar aqui pra postar algo novo. Mas prometo dar um jeitinho como dei hoje. Bjs pra tds!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Otimismo

Bem, fiquei meio afastada do blog, mas estou de volta, é que estou mais enrolada do que linha em carretel e mais perdida do que cego em tiroteio... rsrsrsrs É tanto trabalho, é tanta reunião, é tanta coisa, exame, médico, eu to precisando que meus dias tenhm 48h no mínimo pra dar conta de tudo. Mas vim aqui informar que estou melhor, que estou fazendo enfrentamentos, que estou buscando ter mais força de vontade, fazer mais preces, estou lutando na medida do possível. Soube que o psiquiatra que começou a me tratar e foi pra Amazônia, voltou, mas ainda não consegui entrar em contato com ele, estou otimista quanto ao exame pra saber se realmente tenho um tumor ou não na hipófise, estou menos preocupada, se eu tiver, com o tratamento, estou menos ansiosa quanto a isso, na medida do possível, pois sei que será o que for pra ser, e como li o livro Pollyanna, chorei muito por sinal, um livro maravilhoso, aprendi a ver o lado positivo mesmo das coisas mais ruins, e pensei, se eu tiver mesmo este tumor, eu vou poder mostrar pros outros que eu sou forte pois já que eles não enchergam minha força na luta contra o TOC por preconceito e ignorância, verão minha força através da luta contra a doença, e se eu não tiver nada, melhor ainda, quer dizer que Deus está me protegendo, e que eu não preciso me preocupar que as coisas com que penso sem querer, devido aos pensamentos intrusivos do TOC, venham a acontecer de verdade, pois só acontecerá se Deus permitir, se for necessário pra aprendizagem nossa. Graças a Deus estou melhor, conversei horas com minha mãe ontem, depois das visitas irem embora, e sei que tudo dará certo, porque eu quero e vou lutar pra isso, e vou buscar até onde der, algo que me ajude ainda mais do que eu mesma, pois sei que sozinha não sou capaz de vencer isso, mas eu não estou sozinha, e portanto sou capaz sim de enfrentar tudo isso, e sei que isso depende mais de mim do que de qualquer outra coisa (remédio ou pessoa), pois nossa fé e vontade trasporta até montanhas, e nosso pensamento tem força até para modificar a matéria, pois Deus nos permite isso, então mesmo que não tenha cura, cientificamente falando, eu quero pelo menos conseguir viver melhor com isso, sabendo lidar com isso, e não permitir que isso e o medo me paralise e me impessa de realizar meus sonhos. Bjs e força pra todos, pois a vida não é fácil pra ninguém, mas nós somos capazes de mais do que acreditamos ser.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Uma idéia louca da minha cabeça!

Uma vez tive uma diéia doida de que escola especializadas em certos transtornos, síndromes, etc. seria bom pois evitaria o preconceito pelo menos durante os estudos, e poderiam ser dadas dicas de como se viver melhor em sociedade, e seria uma forma das pessoas não se sentirem rejeitadas em pelo menos um lugar. Mas minha professora, me alertou, imagina uma turma só de hioerativos com uma professora também hiperativa, pegaria fogo! Concordei com ela, de que a escola não seria o local ideal pra isso ainda, mas acho que deveria haver um especialista em cada escola ajudando na inclusão, conversando com os alunos, pais e professores para aceitar os outros como eles são sem julgar e sem desrespeitar. Este sábado fui numa reunião da Riostoc novamente, lá sim é o local ideal pra se juntar pessoas com TOC e Síndrome de Tourette, pois lá podemos ser nós mesmos, somos aceitos, respeitados e encontramos pessoas com nós, que se afinam com a gente, é excelente. Mas neste sábado tive a certeza de que minha idéia era mesmo doida, estenderam nossa reunião por mais uma hora porque foi muita gente, e imagina todos somos ansiosos ao extremo, todos queriam falar ao mesmo tempo, foi uma loucura, mas até que a conseguimos por ordem e todos falaram, mas percebi que se juntasse todos numa sala de aula pra estudar, podia dar certo, mas também podia dar errado, imagina a semana de provas, ou um debate, seria loucura total, de tanta gente ansiosa... rsrsrrs
Quem é novo navegue pelo blog todo, tem vídeos, trecho de livros, depoimentos e muita informação. Felicidade pra tds!!!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cap.2 do livro Mentes e Manias de Ana Beatriz Barbosa

CAPÍTULO 2

Fixação, seus olhos no retrato

Fixação, mera assombração

Fixação, fantasmas no meu quarto.

”Fixação” Kid Abelha


QUEM PENSA DEMAIS VIRA FILÓSOFO OU SOFRE: A QUESTÃO DAS OBSESSÕES

Muitos de nós sentimos um leve incômodo quando deparamos com um sapato virado de cabeça para baixo. É quase impossível que não nos venha à cabeça a idéia de que algo pode acontecer com nossa mãe. Embora achemos ridículo e deixemos o sapato virado do mesmo jeito, o próximo pensamento que pode nos assaltar é o de culpa, de que não nos importamos com nossa mãe, afinal estamos dando mais importância ao raciocínio lógico do que ao significado do famigerado sapato de sola para o ar. Por fim, com um resignado ”tá bom, não custa nada”, acabamos desvirando o sapato e explicamos para nós mesmos, a título de consolo, que isso não passa de ”desencargo de consciência”.

Na hora de dormir, podemos passar de novo por uma situação parecida se percebermos que a porta do armário está aberta. A gente não quer sair debaixo da coberta, mas de vez em quando espicha o olho e dá de cara com a porta escancarada e tudo escuro lá dentro do armário. O que nos faz ficar espionando a inocente fresta é a lembrança de que ”porta de armário aberta chama...”. Mas você não quer pensar na palavra e nem espera para concluir a frase. Sai do aconchego, levanta-se, fecha a porcaria da porta e convence a si mesmo que o motivo que o levou a fazer isso é impedir que entrem baratas em seu armário.

O fato é que sempre estamos imersos em numerosos pensamentos. Pensamentos bons, pensamentos ruins, bobos, grandiosos, de todos os tipos. Muitas vezes nem estamos conscientes deles, mas nós os temos o tempo todo. E é comum também termos pensamentos que nos incomodam, pois não condizem com nosso modo de ser, de pensar e de agir. Assim, acreditamos que não deveríamos tê-los ou que é errado tê-los, como se isso fosse indicativo de alguma falha de caráter sufocada ou de que temos um ”lado negro” escondido. Por exemplo, imaginar-se enchendo de algodão a boca de seu irmãozinho recém-nascido que não pára de berrar é um pensamento que pode vir a sua cabeça se você é um

adolescente impaciente que precisa acordar cedo no dia seguinte e ainda por cima não perdoa os pais por tê-lo desbancado da posição de caçula.

É normal virem esses pensamentos doidos a nossa cabeça de vez em quando, meio agressivos, meio catastróficos, dando representação a nossos medos mais escondidos ou, no caso acima, não assumidos desejos de ”vingança”. O problema está em imaginar que não deveríamos tê-los de modo algum, que é proibido tê-los ou que eles podem trazer conseqüências funestas, tornando-se realidade. Se pensamos assim, o tiro sai pela culatra: quanto mais evitamos tais pensamentos ou nos preocupamos com eles, mais presentes e insistentes eles se tornam em nossa mente. Não querer pensar em algo já nos faz pensar neste algo. E, por dar tal importância a esses pensamentos, aumentamos muito o risco de tê-los repetidamente. Se existisse um ditado para isso, poderia ser algo assim: ”Quem seus pensamentos espanta, mais os acalanta”.

Para testar esse ditado, você pode fazer o seguinte: feche os olhos e durante trinta segundos force-se a pensar em um camelo no deserto (você pode acrescentar palmeiras, cactos, pirâmides, mas o importante é o camelo). Obrigue-se a pensar só no camelo. Pode ser que durante esses trinta segundos outros pensamentos tenham invadido sua mente, isso é natural. Mas não deve ter sido tão difícil. Agora faça de forma diferente: feche os olhos e, durante trinta segundos, pense em qualquer coisa, menos no camelo. É proibido pensar no camelo.

Desta vez você sentirá que foi mais difícil. Só pelo fato de tentar afastar o pensamento do camelo, acabamos sem querer tornando-o mais intrusivo e persistente.

Foi o que aconteceu com Amaro, administrador de empresas de 49 anos, quando tentava afastar o pensamento do... Bem, ele vai partilhar conosco sua experiência:

Quando eu era adolescente, ficava supernervoso quando começava a tocar ”Sympathy for the devil” — algo como afinidade pelo demônio ou simpatia pelo demônio —, música dos Rolling Stones.

Na época eu estava completando o catecismo e achava terrível ouvir uma música daquelas. Mas não ficou só aí. Depois passei a ter medo de simplesmente pensar na música e cheguei a um ponto em que qualquer outra coisa me remetia a devil, como ver uma luz vermelha ou algum bicho que tivesse chifres. Daí, já tinha virado um martírio se eu visse um carro freando e se acendesse uma luz vermelha ou se, na TV, passasse algum desenho ou reportagem com animais.

E esses são só alguns exemplos, porque muitas outras coisas mais eu associava àquela imagem, como o número 5, por causa do tal do pentagrama, A estrela de cinco pontas é um símbolo místico:com a ponta virada para cima, representa o bem;com a ponta virada para baixo, simboliza o mal... Adivinha em qual eu pensava? Olha que viagem! E, cada vez que me vinha à cabeça, e isso acontecia toda hora — porque descobri que, quanto mais a gente tenta não pensar, mais a gente pensa —, eu tinha de repetir mentalmente os nomes de alguns anjos: Gabriel, Miguel, Rafael... Eu achava que ia acontecer alguma coisa ruim, mas, puxa, ruim era passar por aquilo. Agora estou tranqüilo em relação a isso e — quer saber de uma coisa? — encho a boca quando vou mandar alguém ”para o diabo que o carregue”.

Idéias indesejáveis invadem nossa mente

O ser humano tem, em maior ou menor medida, a necessidade de manter as coisas sob controle, ainda que minimamente. Muitas coisas, porém, estão fora de nosso controle — e o conteúdo de nossos pensamentos é uma delas. Engajar-se numa luta inglória com derrota garantida é caminhar a passos largos para o desconforto e até para o adoecimento. Quando tentamos manter estrito controle sobre nossos pensamentos, estamos nos expondo ao risco de vê-los transformados em obsessões.

Para que os pensamentos sejam considerados obsessivos, eles devem ser desagradáveis, intrusivos, indesejáveis e repetitivos. Quem os tem não os quer e, embora saiba que jamais concordaria com o conteúdo desses pensamentos obsessivos ou faria o que eles sugerem, sente uma pesada culpa por tê-los. Como exemplo, poderíamos pensar naquele adolescente enciumado do

irmãozinho de que falamos há pouco, que ainda por cima é alvo de chacota no colégio por parte de um colega que adora pegar no seu pé. Pode passar pela cabeça dele que seria melhor que esse colega estivesse morto ou como seria glorioso jogá-lo escada abaixo. Pensamento tétrico, não? O adolescente talvez sinta um pouco de alívio de suas frustrações fantasiando sua vingança espetacular e depois se desligar daquilo e voltar a sua rotina sem maiores problemas. Mas ele também pode começar a remoer a preocupação de que, se está pensando naquilo, é porque talvez seja mesmo capaz de fazer aquilo. A partir daí, pode tentar fazer um esforço tremendo para não voltar mais a pensar naquilo e, pior, desenvolver comportamentos como evitar subir ou descer a escada junto com seu desafeto.

Há uma distância muito grande entre pensar, fantasiar e realmente fazer. Se ele de fato fosse um adolescente com desvio de conduta, já estaria planejando e implementando sua vingança — como infelizmente vimos acontecer naquele massacre de estudantes e professores feito por dois alunos da escola Columbine, numa cidade do Colorado, Estados Unidos, em 1999, tema do documentário Tiros em Columbine, de Michael Moore —, e não se preocupando, sentindo-se envergonhado e culpado por ter esses pensamentos, evitando até se aproximar do colega por medo de fazer-lhe algum mal.

No entanto, pelo sofrimento e pelo desconforto que trazem, causando até alterações no comportamento do adolescente, podemos dizer que esses pensamentos já adquiriram um caráter obsessivo. O jovem sente angústia e culpa ao tê-los, pois são desagradáveis e vão contra o que considera correto. São repetitivos, intrusivos e causam tremenda ansiedade. Quanto mais ele luta para não tê-los, mais os tem, e acaba se sentindo na obrigação de mudar seu comportamento para aliviar a angústia que sente.

Isso precisa ficar bem claro: é a partir desse ponto que se pode dizer que esse pensamento deixou de ser um daqueles pensamentos doidos e pouco usuais que todo mundo tem para transformar-se num pensamento obsessivo, que traz grande apreensão.

Um dos pensamentos obsessivos que provocam mais sofrimento é aquele cujo conteúdo envolve ferir alguém a quem amamos. A arquiteta Analice, de 36 anos, nos relata seu problema:

Eu já era um pouquinho ”sistemática” desde nova... Gostava das coisas bem guardadinhas e alinhadas. Depois que tive o Pedro, minha mania de só fechar as gavetas de talheres quando eles estivessem arrumadinhos piorou bastante. Mas meu martírio mesmo começou quando passei a pensar que, se fechasse a gaveta e alguma faca se deslocasse lá dentro, seria capaz de pegá-la e ferir meu filho. O mais desesperador é que sempre fui uma mãe paciente, super apaixonada por meu filho, que foi um bebê bem tranqüilo. Como, quando eu fechava a gaveta das facas, não conseguia ter certeza de que nenhuma faca tinha saído do lugar lá dentro, ficava abrindo e fechando a gaveta muitas vezes, porque, se não fizesse isso, me vinha à mente minha imagem, com a faca na mão, ferindo meu filho. Era horrível, horrível!

Hoje em dia ele é adolescente e não pára de fazer chacota desde que soube dessa história. De vez em quando ele me chama de Mamãe Jason. Mas quer saber? Agora que já estou livre disso também me junto a ele e dou boas gargalhadas.

Os pensamentos obsessivos estão intimamente relacionados com o medo. No entanto, o medo é um sentimento natural e saudável, cuja função é nos resguardar de maiores problemas. É bom que tenhamos medo de atravessar a rua com o sinal aberto para os carros, por razões óbvias. É esse medo que nos impede de arriscar nossa vida em um trânsito caótico, povoado de motoristas alucinados. Mas ter receio de sair de casa e andar na calçada por causa da remota probabilidade de ser atropelado no portão do próprio prédio é entregar-se a um medo irracional e infundado, que limita nossos movimentos e cerceia nossa liberdade de ação. Nesse caso, o medo deixa de ser útil e passa a ser irreal e nocivo. Não serve mais à função de proteção e ainda nos faz o desfavor de entravar nossa vida.

A pessoa que tem pensamentos obsessivos sofre deste último tipo de medo. Portanto, não podemos confundir as obsessões com medos comuns. Os medos da pessoa obsessiva podem ser semelhantes aos medos comuns e plausíveis, como o medo de bater o carro, mas ganham uma dimensão muito mais ampla se são erroneamente avaliados pela pessoa como tendo probabilidade muito maior de ocorrer, a ponto de fazer com que ela evite não só dirigir como entrar em qualquer veículo. A pessoa obsessiva pode também ter pensamentos e medos que consideramos bizarros, como o de ter engolido uma agulha quando estava pregando um botão. Ela sabe que não a engoliu, pois isso é impossível, mas ainda assim fica atormentada com a repetição desse pensamento, ganhando um medo irracional de lidar com quaisquer instrumentos de costura.

Superstições versus obsessões

Uma coisa importante é diferenciar as obsessões das superstições. No início deste capítulo descrevi dois casos típicos de superstições em nossa cultura apenas com o intuito de demonstrar como é comum que nos preocupemos com o significado que damos às coisas, com o que pensamos delas e como isso pode influenciar nosso comportamento. Contudo, as superstições não são indicativos de nenhum problema, pois são respaldadas e até reforçadas por nosso ambiente cultural. Algumas das mais comuns, símbolos de verdadeiro azar para a pessoa, envolvem cruzar com gato preto, passar debaixo de escada, quebrar espelhos, entrar com o pé esquerdo em algum lugar, ter os pés varridos, entre outras. São manifestações de comportamentos ritualísticos comuns a toda a humanidade, que variam de cultura para cultura. Mas o importante é que elas não tomam o tempo da pessoa nem a paralisam, não se tornam algo imprescindível de fazer, sem o qual a pessoa se sentiria intensamente angustiada e ameaçada.

Por outro lado, se a pessoa passa a checar a toda hora seus sapatos, que além de estarem na posição correta precisam ficar

perfeitamente alinhados, e mesmo após checá-los continua ansiosa e agoniada, voltando a conferir outras vezes, sob pena de algo ruim acontecer por causa do desalinhamento dos calçados, deve-se desconfiar de um pensamento obsessivo. Principalmente se a pessoa chega a perder tempo com isso, a ponto de atrasar-se para o trabalho e sentir-se angustiada, quase em pânico, se não conseguir certificar-se da posição dos sapatos. Aqui podemos afirmar que já deixou de ser superstição.

Para reforçar a diferença, lembremos o caso da pessoa que não conseguia dormir em paz enquanto a porta do armário estava aberta. O pensamento que ela teve não era obsessivo, na verdade era uma idéia supersticiosa, que causou um leve incômodo. Ela levanta, sentindo-se meio boba, fecha a porta, logo esquece aquilo e volta para o sono dos justos. Agora imaginemos que, ao fechar os olhos, ela comece a ser assaltada pela idéia de que a porta não foi bem fechada. Levanta e resolve passar a chavinha que tranca a porta. Volta para a cama e... começa a duvidar se realmente passou bem a chave. Levanta, destranca e tranca de novo a porta, para se certificar. Pode ser que ela esteja passando por uma fase estressante, com problemas no trabalho, e isso se reflita em comportamentos esquisitos assim, que com certeza ela não voltará a ter. Mas, se esses pensamentos voltarem a aparecer todo o tempo e ela se sentir assustada, temendo que alguém de sua família possa morrer, e a partir daí passar a verificar freqüentemente a porta do armário, não só à noite como também de dia, já podemos cogitar num caso de pensamentos obsessivos.

Obsessões mais freqüentes

É fundamental entender que existe uma grande variedade na forma de apresentação do TOC. Assim, observamos na prática clínica que as obsessões tendem a se apresentar em alguns grupos bem característicos. Para facilitar a compreensão desse transtorno, sua identificação e possibilitar que o máximo de pessoas possam ser ajudadas no alívio do intenso sofrimento que sua vida se

tornou, minha equipe e eu elaboramos um quadro das principais e mais comuns obsessões com exemplos fáceis de visualizar. Algumas envolvem medo de contaminação, dúvidas persistentes, blasfêmias religiosas e desejos agressivos, entre outros. Vamos a elas.

Obsessão de agressão: preocupação em ferir os outros ou a si mesmo, insultar, impulsos de agredir (como vimos no exemplo do adolescente irritado com o irmão e com o colega da escola), machucar o próprio filho (como era o caso de Analice) etc.

Obsessão de contaminação: preocupação constante com sujeira, germes, contaminação por vírus e bactérias, pó, apertos de mão, medo de ser contaminado em visitas hospitalares, velórios, cemitérios etc.

A pessoa se preocupa com a possibilidade de infectar-se e adquirir doenças como Aids, pneumonia asiática e leptospirose, entre outras. É claro que existe a possibilidade de contrair tais doenças, e é essa possibilidade que nos motiva a usar camisinha e evitar andar descalços por águas de aspecto sujo. Por outro lado, essa preocupação deixa de ser normal quando evitamos apertar as mãos das pessoas por medo de pegar Aids ou corremos loucamente de todo e qualquer cachorro, pois ele poderia ter brigado com um gato, que poderia ter brigado com um rato, que poderia ser transmissor da leptospirose. Como uma pessoa com pensamentos obsessivos exagera todas as probabilidades catastróficas, ela pode até deixar de sair de casa, uma vez que, seguindo esse raciocínio tortuoso, qualquer um poderia transmitir Aids e outras doenças fatais (só de estar no mesmo recinto que ela) e qualquer cachorro poderia carregar microorganismos causadores de doenças infecciosas, representando um risco mesmo se estiver passando do outro lado da rua.

Obsessão de conteúdo sexual: pensamentos persistentes de fazer sexo com pessoas impróprias ou em situações estranhas, pensamentos obscenos, imagens pornográficas recorrentes, impulsos incestuosos. Há casos em que o indivíduo evita sair de casa porque teme ficar olhando para a região genital das pessoas com

quem se encontra na rua ou fazer propostas indecorosas em voz alta a qualquer pessoa atraente que cruze seu caminho.

Obsessão de armazenagem e poupança: idéia fixa em colecionar ou não se desfazer de vários tipos de objeto. A pessoa não quer se desfazer de nada por achar que tudo poderá ser útil no futuro (embalagens, papéis velhos, jornais, revistas, tampinhas de refrigerantes etc.).

Obsessão de caráter religioso: pensamentos recorrentes de escrupulosidade, blasfêmias, pecado, certo/errado, de falar obscenidades na igreja. Como exemplos, podemos citar a criança que, após ter iniciado seu aprendizado em inglês, passou a ter pensamentos obsessivos de que God também é Dog, ou a mulher que não consegue parar de pensar que a imagem de São Sebastião, seminu e preso a uma tora de madeira, é bastante sensual.

Luciana, uma professora de 26 anos, conta os insistentes pensamentos que tinha quando se reunia com o grupo jovem de sua igreja:

Quando eu passava em frente ao altar onde havia uma imagem de Jesus crucificado, com apenas um pano enrolado em seu corpo, ficava tendo pensamentos se ele era como a gente, se ele tinha pênis, se fazia xixi... Aí, para meu desespero, me vinham todas aquelas imagens, ele fazendo xixi e ”sacudindo” depois, como os caras fazem. Ou com o que ele se limpava, se ficava com resto de comida entre os dentes... Desse pensamento já vinha outro: se ele comia fazendo barulho. Esses pensamentos me perseguiam, e eu ficava esperando pelo castigo que pudesse acontecer. A culpa ainda era maior porque eu não conseguia confessar isso ao padre, e eu achava que tinha obrigação de falar tudo. O que lembro é que ficava repetindo pra mim mesma: ”Perdão, meu Deus; perdão, meu Deus; perdão, meu Deus; perdão, meu Deus...”, uma infinidade de vezes.

Agora que estou melhorando, só penso de vez em quando assim: ”Obrigada, meu Deus; obrigada, meu Deus”. Mas meu terapeuta me dá altas broncas, diz que basta uma vez. Sei que ele está certo, mas esses pensamentos são mais teimosos que mula empacada.

Obsessão de simetria: idéias constantes de exatidão ou alinhamento de objetos, roupas, decoração etc. A pessoa tem uma sensação vaga de que é ”errado” ou ”incômodo” ver coisas desarrumadas e desalinhadas.

Obsessão somática: preocupação excessiva com doenças. Como as pessoas que sentem alguma dor no peito e já começam a pensar obsessivamente em alguma cardiopatia grave ou que sentem uma dor abdominal e têm pensamentos obsessivos de estar com um tumor intestinal.

Obsessão ligada a dúvidas: preocupação constante com o fato de não confiar em si mesmo, como não ter certeza se fez algo direito ou questionar-se se realmente realizou determinada tarefa (fechar a janela, deixar uma encomenda etc.).

Quem tem esse tipo de pensamento não consegue confiar em nada e precisa certificar-se repetidas vezes de que está tudo bem. Podemos citar como exemplo aquelas pessoas que checam várias vezes as fechaduras das portas e as bocas do fogão. Mesmo que já as tenham verificado algumas vezes, a dúvida persiste e elas não conseguem acreditar em si mesmas, começam a pensar que se enganaram ou não foram cuidadosas o suficiente — e, pronto, lá vão mais uma vez checar tudo de novo.

Essas checagens podem se repetir dezenas de vezes, impedindo a pessoa de ter uma boa noite de sono ou fazer outras coisas e causando atrasos e transtornos em sua vida cotidiana.

Afinal, imaginemos o tempo que ela perde quando está saindo de casa para o trabalho e se atrasa porque retornou inúmeras vezes para conferir se realmente a porta estava fechada... Os pensamentos obsessivos envolvidos aqui são de cunho catastrófico. Checar a porta serve para certificar-se de que nenhum ladrão invadirá a casa e verificar os botões do fogão serve para garantir-se de que a casa não vai explodir.

Pessoas com pensamentos obsessivos nem sempre têm mais de um tipo deles. Algumas costumam ter apenas de determinado tipo, que sempre estará relacionado a seus maiores medos e dúvidas. E é comum que o conteúdo dos pensamentos obsessivos

mude ao longo do tempo, passando por períodos de enfraquecimento e de intensificação.

Uma coisa muito importante que precisamos saber é que o fato de ter tais pensamentos não significa que seremos capazes de concretizá-los. Na verdade, eles se tornam obsessivos e nos perseguem justamente porque nos sentimos tão desconfortáveis e culpados de tê-los. Uma pessoa com obsessões agressivas sofre exatamente porque considera condenáveis a agressão e o conflito. Ela se sente tão mal com esses pensamentos e luta tanto para afastá-los da cabeça que acaba por tê-los repetidas vezes, apesar de saber que é incapaz de fazer mal a quem quer que seja.

O problema é que essa pessoa supervaloriza a importância dos pensamentos, a ponto de considerar que é tão grave tê-los quanto praticá-los, quando sabemos que do pensar ao agir há uma distância muito grande. Nesse ponto, o conceito religioso de que ”se peca mesmo em pensamento” é um desserviço à humanidade. Uma idéia como essa fará sofrer muito mais as pessoas que tendem a ter pensamentos obsessivos do que as efetivamente inescrupulosas, que não estão ”nem aí” se estão pecando e se o que fazem é certo ou errado.

O que é certo ou errado é algo que preocupa muito as pessoas que tendem a ter pensamentos obsessivos. Elas costumam ser conscienciosas, responsáveis, perfeccionistas e preocupadas com o bem-estar dos outros. Por isso sofrem tanto ao ter pensamentos que consideram tão alheios a si próprias e temem intensamente que o fato de tê-los poderá levá-las a causar dano a alguém. Na verdade, a pessoa com pensamentos obsessivos deveria se preocupar menos com eles e não lhes dar tanto crédito, pois não são eles que vão dizer o que ela é, e sim suas ações.

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É um capítulo importante sobre a parte obcessiva do TOC. Será que dá pra ser filósofa e ao mesmo tempo ter pensamentos intrusivos do TOC? Sei lá! Só sei que eu penso de mais...
Espero que seja esclarecedor. E lembro, quem quiser o livro me mande o e-mail com o pedido que eu enviarei assim que tiver um tempinho. Bjs!

Voltando...

Olá, pessoal! Fiquei um pouco afastada devido a correria da vida... Estou feliz, tive um final de semana muito bom, mas depois estive meio ruinzinha, mas já melhorei. Quanto ao TOC foi tomado por pensamentos que agora só pensam em duas coisas: em um menino, e na possibilidade deu estar com um tumor na hipófise. Mas só saberei mesmo depois do exame que já está marcado, mas vcs sabem como é, quem tem TOC sempre se preocupa de mais com o futuro, com o passado, ao invés de viver o presente, eu sou assim, fico imaginando o futuro e esqueço da vida. Mas a correria também acaba me deixando doida, pois se não estou pensando eu estou ocupadíssima, loucura total na faculdade, e no trabalho social que eu faço. Além de digitar as provas do colégio em que dou aula. Beijos pra todos e vou procurar um trecho do livro pra colocar aqui. Ana Beatriz Barbosa é simplesmente demais!!! Bjs!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Atualizando... Sintomas físicos!

Olá! Estive um pouquinho sem postar, para dar tempo das pessoas comentarem nas outras postagens... Mas neste pequeno período eu tive algo que fazia tempo que não tinha, os sintomas fisícos, mas graças a Deus estou melhorando, meu psiquiatra desmarcou e adiou minha consulta, minha psicóloga tmb desmarcou um dia e no outro não me atendeu de manhã, foi me atender a noite, então me senti uma rejeitada, rsrsrsrsrrs, mas já passou, mas foi antes disso, no dia emq ue minhas aulas na faculdade íam começar, na segunda-feira da semana em que voltaria de férias ao trabalho, fiquei tão nervosa, tremi, senti dor de cabeça, de barriga, coração acelerado, angústia, chorei muito, mas demorei pra conseguir soltar o choro que parecia preso dentro de mim, aff, foi horrível, e eu com minhas dúvidas de sempre (não consigo decidir as coisas, ainda mais sobre pressão ou nervosa - escolher roupa para mim é uma tortura), não sabia o que fazer, se ligava pra minha psicóloga, se tomava mais uma vez o ansiolítico (tomo 2 vezes por dia e se tiver nervosa devo tomar mais, porém minha mãe morre de medo que eu fique tomando este remédio), se estudava, se lia, se ouvia música (músicas espíritas, principalmente me acalmam), se rezava, ... Acabei tomando mais um ansiolítico e mandando uma mensagem pra minha psicóloga pois não queria atrapalhar. Mas depois liguei ou ela me ligou, não lembro, mas falei com ela, e já tava começando a melhorar. Cheguei bem mais tranquila a faculdade a noite. Hoje fiquei alegre com meus avanços na monografia e dei a tremer D+ novamente, eu não me entendo tremo pra tudo, tanto pra coisa ruim como boa, também já sei, devo ter ficado muito ansiosa pra saber a opinião da minha orientadora sobre o que eu tava escrevendo, e também tive um pesadê-lo esta noite gigante, tenho tido muitos pesadê-los, mas agora já estou dormindo melhor, não acordo mais várias vezes a noite, mas esse pesadê-lo dessa vez foi que foi! Estou extremamente acelerada, estou ouvindo meu mp4 agora com múesicas diversas, MPB, Tango eletrônico, Internacional, Rock, espírita, infantil, etc. Sou bem eclética! Acho que to meio surtada porque estudei de mais hoje, vou tomar um banho e visitar uma instituição de uma colega minha. Não tive um bom dia dos pais, pois meu pai com certeza não se lembra do meu "Feliz dia dos pais!", pois já não estava sóbrio quando consegui falar com ele. Não tenho grana pra comprar um presente pra ele, dessa vez não consegui fazer uma carta ou um cartão, como sempre faço, mas dei um beijo e uma abraço e espero que ele fique bem, que melhore do problema dele, rezo por ele todas as noites, mesmo assim me sinto culpada por não ter dado nada a ele. Mas meu dinheiro gasto tudo em remédio e médico, fazer o que?! Minha mãe não tá bem com ele porque ele tem bebido, não posso pedir a ela isso, não tenho cara. Eita, estou ouvindo agora Pais e Filhos, amo esta música, que coinscidência. Espero que quinta-feira meu psiquiatra me atenda, tenho tanto a falar com ele sobre os sintomas que venho tendo mesmo com medicação, principalmente na TPM. Vou nessa, que do jeito que eu demoro no banho, se eu não for agora, se não conseguir largar a Internet, eu não visito a instituição hoje. Bjs e melhoras pra todos, e obrigada pelos comentários, me sinto muito útil, podem deixar sugestões de temas para o blog, em breve postarei mais vídeos sobre o assunto, quem está atrás de informação veja postagens mais antigas, lá tem vídeos muito bons. Colocarei mais trechos do livro Mentes e Manias de Ana Beatriz para nós comentarmos. Volto quarta-feira pra fazer isso, se Deus quiser.
E só pra animar vocês, apenas uma vez na vida minha dúvida além de angústias me trouxe algo de bom: uma vez não conseguia me decidir entre 3 calças jeans, estava precisando comprar uma, mas não sabia qual das três que eu gostei eu comprava, minha mãe que tava comprando, ela não tem muito dinheiro, mas ficou tão irritada comigo que resolveu comprar as três. Amei! rsrsrsrsrsrrsrs
Fui...

domingo, 1 de agosto de 2010

Pensamentos Intrusivos

Para mim o pior no meu TOC são os tais pensamentos intrusivos. Não sei qual a religião de você leitor, mas a minha é espirita, e eu aprendi que Jesus nos ensinou a seguinte frase: Orai e vigiai, eu faço de tudo para cumprir isso, com todo o meu perfeccionismo, uso todas as minhas forças para orar e vigiar meus pensamentos e atitudes, mas é uma tarefa mais difícil do que tudo que eu já encontrei na minha vida. Vou exemplificar, eu agora já estou melhor, não penso mais em tantas histórias de morte, suicídio, doença, acidentes graves, etc. Isso ainda acontece, mas bem menos do que antes, mas mesmo assim ainda não me livrei dos pensamentos intrusivos, pois por mais leves que sejam atrapalham e muito o dia a dia. Eu as vezes quero ler um livro, ou fazer um trabalho da faculdade, aí vem um pensamento e entra na minha cabeça, e gruda que nem chiclete, eu tento substituí-lo, tento continuar a ler e não dar importância a ele, tento arrancar ele a força da minha cabeça, tento rezar, cantar, poucas vezes consigo que tudo isso dê certo, na maioria das vezes nada disso é suficiente para arrancá-lo de lá, eu to escovando os dentes, e viajo, sem nem reparar, em meus próprios pensamentos e quando retorno me assusto pois já se passou meia hora, uma hora, as vezes até muito mais. Eu to querendo orar e no meio da oração aparece uma música e eu começo a cantar, e depois lembro que to orando e continuo orando aí surge uma história, e eu tento continuar a orar, e vira uma luta, vira uma guerra, e eu tentando me libertar do pensamento e finalizar a oração, acabo as vezes falando "... me ajude, obrigada, amem, assim seja!" finalizo só pra não ser interrompida novamente. Eu detesto isso, as vezes penso que seria melhor morrer do que continuar com esses pensamentos me deixando louca, as vezes não sei como consigo ser a melhor aluna da turma e nunca entregar trabalhos atrasados, fico muito nervosa em não conseguir fazer as coisas por causa disso e quando eu to inspirada sem nenhum pensamento a me atrapalhar, surge uma briga na minha casa, ou meu pai alcoolizado querendo quebrar tudo, querendo discutir, querendo ver TV ou rádio no último volume, aí eu piro de vez, fico tão ansiosa que chego a pensar em suicídio e me machuco... Sei que nada disso se resolverá com minha morte, pois morte não existe, e terei que vencer isso até se estiver desencarnada, então não dá pra fugir, se eu to passando por isso, ou é prova, ou é espiação, ou é missão, ninguém tem algo que não mereça ter. Deus não nos dá uma cruz mais pesada do que podemos carregar, mas esses pensamentos, esses conhecimentos, desaparecem do cérebro na hora da crise, na hora do desespero, as vezes ouvindo músicas religiosas (espíritas, evangélicas, e católicas), eu ouço de tudo que é bom, acaba me ajudando a pensar melhor e lembrar dos conhecimentos e lutar contra os pensamentos ruins, ou as musiquinhas infernais que me atormentam. Mas tem momentos que nem isso resolve, e aí eu me pergunto, será que eu não sou forte o bastante, seré que eu não aprendi a lição, será que eu não tenho força de vontade, será que é culpa minha, será que eu terei consequências negativas por isso, será que eu vou sofrer mais ainda do que já to sofrendo??? Bate em mim um medo, uma tristeza, muitas perguntas, e eu penso, será que eu não to seguindo o que Jesus falou, não sei orar e me vigiar, por que eu não consigo??? Ninguém sabe o que é ter TOC, só quem tem sabe o quanto a gente sofre, e ainda tem que ouvir dos outros baboseiras preconceituosas e todos se afastam de vc porque vc é uma pessoa problema. Mas, agora, penso em tanto que já melhorei, em tanto que já alcancei, que ninguém repara, só reparam nas minhas crises, no que ainda não consegui vencer, porém ninguém vê minhas vitórias, minha luta incessante contra isso, ninguém percebe que todo o dinheiro que eu tenho é gasto em meu tratamento e não sobra nada, falta, e minha mãe com muito sacrifício tem que completar a quantia, e ainda pagar minha faculdade, que antes eu pagava, mas agora não dá pra pagar nenum nem o outro quanto mais os dois, e eu vejo gente da minha idade, namorando, saindo, se divertindo, ganhando mesada dos pais, comprando roupas, comprando brincos, sapatos, e eu com todos os meus tênis furados entrando água quando chove, e implorando pra minha mãe pagar uma blusa pra mim pra quando eu tiver dinheiro pagar a ela, eu cheia de tarefas aceitando qualquer bico pra ter algum dinheiro pra comprar um lanche que tem que durar o mês todo, e na verdade só dura no máximo duas semanas, e fico com fome na faculdade sentindo cheiro de salgado, e todos comendo na minha frente, eu vejo isso e penso, o que eu fiz na outra vida de tão grave pra ter que passar por isso? E ainda me pergunto, e porque eu to sofrendo se tem gente na África morrendo de fome e eu pelo menos tenho uma comida ruim da minha mãe pra comer, se tem tanta gente na rua sem família, e eu tenho uma casa, e uma família que eu amo muuuuuuuuuuuito por mais que eles me façam sofrer muitas vezes. Que direito eu tenho de reclamar da vida? E me lembro do vídeo/música "Offer", que quem quiser ver, tem o vídeo no meu blog pessoal que encontra-se na coluna a direita, lá em baixo, o último blog. Ou direto no youtube pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=aYE_TdVo5FY&feature=player_embedded
Eu penso nisso tudo e não sei ter outra reação sem ser chorar e sorrir ao mesmo tempo.

sábado, 31 de julho de 2010

Meu primeiro encontro na Riostoc

Gente, eu adorei ir na Riostoc, recomendo que todos que estejam com dúvidas, procurando local para tratamento, que queira levar os pais, amigos, irmãos, filhos, para entenderem melhor sua doença, vá a uma reunião da Riostoc. Esta reunião acontece no último sábado do mês, veja mais informações no site da riostoc, tem o link aqui no blog, na coluna do lado direito da tela. Foi uma experiência única, encontrei pessoas de todas as idades que compreendem o meu sofrimento e "falam a minha linguagem", me identifiquei com todos, mesmo sendo cada um bem diferente um do outro. Foi muito especial! Quero voltar lá mês que vem, mas não sei se vai dar, esse negócio de bilhete único não funcionou no metrô, fiquei com muita raiva. Mas tudo passou porque valeu a pena eu ter ido. Minha mãe não pareceu ter gostado muito não, pois ela é muito chata, comparou inclusive as reuniões de co-dependentes que as pessoas querem que ela vá por causa do meu pai ser alcoólatra. Mas disse que se eu quiser ir de novo, que ela vai comigo, afinal eu não me vejo indo sozinha para lá, fiquei perdidinha, e peguei metrô lotado, o que me deu muito medo, mas minha mãe não me deixaria ir sozinha nem que a vaca tucisse, por isso sei que ela fez questão de me assustar e de ir por um caminho e voltar por outro só pra eu ficar mais perdida ainda. Segue o link de uma comunidade do orkut que a Roberta, que eu conheci lá, criou:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=66416505
Ela é diretora lá, e é portadora de TOC e síndrome de tourette, ela é muito simpática e também ergue a bandeira contra o preconceito assim como eu. É isso. Bjs a tds!!!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ansiosa para sábado

Se Deus quiser sábado eu irei pela primeira vez num encontro com outras pessoas que tem TOC, estou muito ansiosa (novidade! rsrsrs), quero muito conhecer pessoalmente outras pessoas como eu. Se der tudo certo, depois eu conto a experiência aqui no blog. Hoje eu estive bem melhor, e ajudando um colega que foi diagnosticado com TOC esta semana, me sinto na obrigação de explicar tudo pra ele que eu sei e ajudá-lo. É isso, bjs pra tds vcs, e que vcs estejam bem e abençoados por Deus, pois só Ele nos compreende e nos ajuda a enfrentar isso tudo de verdade.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Tratamento meu

Desta vez tive o perdão da minha psicóloga por ter me machucado na TPM, mas da próxima vez não haverá perdão, terá punição... (ficar sem um dia de atendimento) Tomara que eu consiga me controlar, não quero ficar com menos um dia de atendimento, eu adoro falar, e pra mim duas vezes na semana é pouco, 1 hora passa muito rápido. Mas o importante é que a TPM passou, a tristeza também, estou alegre e entusiasmada. Bjs pra tds e boa noite!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Colocando o papo em dia...

Aff... Consegui colocar meu pai pra ficar no meu lugar como 1ª mesária durante as eleições... isso seria um problemão pra mim!
Ah, bom relembrar, quem quiser o livro Mentes e Manias é só deixar o e-mail ou mandar o pedido pro meu e-mail (annagabi.epl@gmail.com) com "assunto" TOC, que eu envio por e-mail, pois eu consegui baixar, não tem vírus e é de graça, pois precisamos de ajuda e este livro além de nos ajudar é bom para nossos familiares e amigos nos entenderem melhor. Isso se vcs conseguirem fazê-los ler o livro, pois eu não consegui... Mas nunca desisto!
Tive uma crise de choro esta semana e os meus tics tão de mais, além de morder a língua mexendo a boca, eu tmb fico tentando arrancar o couro da cabeça com as unhas, eu sinto floquinhos mas minha mãe já olhou minha cabeça e disse que tá limpinha, nao tem nem caspa, mas eu continuo sentindo floquinhos e querendo tirá-los da minha cabeça, não consigo parar de arranha-lá, e isso já rendeu algumas feridas, e eu já arranquei casquinha de feridas com isso, é a única coisa que sai nas unhas, e fico limpando as unhas tirando o nada, pois já limpei e nada mais tem, mas continuo as limpando achando que tem sujeira nas minhas unhas, isso tá me degastando... é cansativo, é estranho, e faço isso escondida, já o da boca não consigo esconmder pois faço até sem querer, sem perceber... Pior que meu psiquiatra só vai me atender no dia 05 do mês que vem, até lá vou pirar se isso continuar... E as linhas do chao permanecem... Só quem tem toc sabe o que a gente passa... cada coisa esquisita!!!
Ah, minha psicóloga quer que eu coloque ração pro meu cachorro, nem que seja usando saco plástico na mão, era pra eu fazer isso a partir de sexta a noite, mas não pude, tive crise sexta a noite, e depois disso enrolei, e até hoje não coloquei, amanhã ela vai brigar comigo na consulta, pois não sei mentir... que droga! Fora que eu ontem ainda machuquei minha gengiva com fio dental, manchei dois pedaços grandes de fio dental todinhos de sangue, não queria fazer isso, evito passar fio dental, mas comi fígado e tava com pedacinhos entre os dentes me incomodando precisava limpar, mas não precisava exagerar como fiz, fugiu do meu controle, eu nao queria fazer isso... ela vai brigar comigo por causa disso tmb, to até com medo, pq ela disse que se eu me machucasse me puniria com um dia a menos de consulta... To com raiva de mim mesma, mas eu tava de TPM, ela precisa entender...
Cada dia descubro uma coisa, um amigo com TOC disse que o stress causado pela ansiedade e pelo TOC pode causar quedas de cabelo, agora entendi porque sempre tive queda de cabelos desde criança, só pode ser isso, pois já fui a médico, já usei shampoo de jaborandi, antiqueda, anticaspa, tudo quanto é receita e nada resolveu o meu problema.
Cada dia a gente descobre uma coisa nova, outro dia encontrei um menino que tmb tem nojo de espuma de almofada que nem eu, e ele tmb tem toc.
Bjs pra tds e vlw por lerem o blog, deixem comentários.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Como nos ajudar...

A seguir um trecho do livro Mentes e Manias:

Se você tem um familiar ou um amigo com TOC e está disposto a ajudá-lo de fato, saiba que sofredores de TOC não conseguem simplesmente parar de fazer, e isso não significa que sejam fracos, impotentes, preguiçosos ou sem força de vontade. Você já deve ter ouvido falar de pessoas que pararam de fumar, de roer unhas ou de comer chocolate de uma hora para outra. As que sofrem de TOC, no entanto, têm pensamentos terríveis e ansiedades superpotentes que você com certeza nunca experimentou. A diferença entre estas e as que param e pronto é que precisam fazer isso de maneira gradual e aceitável para si mesmas. Do contrário poderão fracassar ou desistir de forma irreversível.:

Sobre isso, recordamos o caso de Gustavo, um menino muito introvertido, na época com 12 anos. Seus pais chegaram a nossa clínica contando ter certeza de que o filho perguntava dezenas de vezes pelo fechamento de gás, portas e janelas só para levá-los à loucura. E mais, no fundo, a hora que ele quisesse, "pararia com aquelas idiotices".

A primeira coisa que esses pais tinham de aprender a fim de ajudar o filho era que ele não conseguia controlar suas "idiotices" tão facilmente assim, seu fracasso não dependia de sua vontade. Uma vez que percebessem isso, eles poderiam entender o comportamento do Gustavo e então teriam a oportunidade de reagir com menos freqüência e raiva ao que viam como mera teimosia.

Não importa quão estranhos uma obsessão ou ritual possam parecer para você, não faça com que as pessoas com TOC sintam que seus pensamentos e ações são "loucos" ou "perigosos". Em vez disso, coloque-se no lugar delas tentando imaginar como você se sentiria se contasse a alguém sobre pensamentos sexuais ou violentos que não conseguisse tirar de sua mente, embora os achasse sem sentido. Pratique um velho ditado dos índios americanos: "Antes de julgar alguém, calce o sapato dessa pessoa, caminhe por uma milha, pare, reflita e depois faça seu julgamento".

Como se diz sempre, conselho, se fosse bom, não se dava, vendia-se — por isso mesmo não temos essa pretensão. O que faremos a seguir é destacar algumas dicas de familiares e amigos de portadores de TOC que em muitos anos de prática clínica nos ensinaram ser possível fazer a paz em campo de guerra. Elas serão úteis a todos aqueles que estiverem dispostos a exercer o papel de helpers, ou seja, uma pessoa que tem consciência de que os rituais são sintomas do TOC e que a única maneira de auxiliar o indivíduo com TOC em seu cotidiano é ajudá-lo a resistir a suas compulsões.

1. Apoie o portador de TOC quanto puder e sempre o elogie quando ele conseguir resistir aos rituais. Os pacientes afirmam que os elogios fazem toda a diferença, principalmente nas situações práticas mais difíceis.

2. Reconheça a realização, mesmo parcial, de objetivos. Às vezes os portadores de TOC não alcançam completamente o objetivo em determinada tarefa, a despeito de seus melhores esforços. A função do helper é animá-los, como neste exemplo de diálogo com um paciente de TOC: "Tudo bem, você ficou sem checar o gás por duas horas e vinte minutos. Na próxima semana chegaremos às três horas desejadas. Seu progresso está sendo grande, na semana passada conseguimos duas horas. Vamos lá!".

3. Responda de forma honesta e segura a perguntas razoáveis que o portador de TOC lhe fizer, mas lembre-se de responder só uma vez. Se mais tarde ele lhe fizer a mesma pergunta use as seguintes afirmações: "Você já sabe a resposta" ou "Não vamos falar mais nisso".

4. Tente, quando possível, exercer sua tarefa de impedi-lo de realizar os rituais de forma bem-humorada. Faça como Rui, casado com Valéria há dez anos, que há dois meses tomou consciência da gravidade dos rituais de limpeza e higiene pessoal dela e resolveu se oferecer para ser seu helper durante três meses. Depois de um mês eles haviam conseguido vitórias significativas. Valéria diminuiu o uso de xampus, sabonetes, álcool, detergentes e produtos como Soapex, Germekill e Lisoform de tal maneira que Rui, em um momento em que os dois estavam fazendo os exercícios de resistir aos rituais, caiu em uma crise de riso, o que fez Valéria perguntar: "O que foi, Rui? Errei alguma coisa?". E ele respondeu: "Não, amor, é que em um mês eu pude ver que o que nós gastamos em produtos de limpeza nos daria um cruzeiro em Aruba de seis em seis meses, e a gente podia ficar limpinho nas águas azuis do Caribe". E ela até conseguiu rir de algumas bactérias oceânicas. O humor deve ser usado de forma sutil e carinhosa, caso contrário o portador de TOC poderá pensar que você está zombando dele ou de seus problemas.

5. Não faça críticas ásperas, do tipo: "Qual é o problema contigo? Você é muito fraco e preguiçoso, senão conseguiria fazer isso!". Críticas assim podem fazer com que o portador de TOC desista da terapia comportamental antes mesmo que tenha a chance de ver algum resultado.

6. Não alimente as obsessões. Como vimos, devemos responder às perguntas razoáveis feitas pelos portadores de TOC apenas uma vez. Alguns portadores, em busca de confirmação para suas obsessões, costumam fazer perguntas como "Eu realmente desliguei o gás?", "Eu disse alguma coisa obscena sem saber?" ou "Tem certeza de que eu tranquei a porta?". Responda sempre de forma agradável mas firme: "Nós concordamos em não falar sobre isso de novo!" ou "Você já sabe a resposta desta pergunta!", e então mude de assunto.

7. Não entre em discussões durante a prática dos exercícios. Seu papel é ajudar o portador de TOC, e não discutir com ele. Se ele ficar com raiva de você durante uma sessão prática ou tentar discutir, lembre-o de que esse é o objetivo que vocês traçaram e concordaram em atingir juntos. Não tente convencer o portador de TOC de que suas obsessões estão erradas; ele sempre terá um argumento. Tente evitar cair nessa cilada e, em vez disso, responda: "Não vamos falar sobre isso" ou "Você já sabe a resposta".

Se, ao ler os itens acima, você pensou na possibilidade de ajudar efetivamente alguém com TOC, saiba que as qualidades mais importantes de um helper são conhecimento, compaixão, firmeza e paciência. E boa sorte nessa trajetória tão nobre quanto árdua de auxiliar alguém muito querido rumo a uma vida menos sofrida.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Barra de vídeos

Pessoal, ainda não consegui o que queria com os vídeos, mas coloquei uma barra de vídeos do youtube com a palavra TOC e síndrome de tourette, vieram poucos dos vídeos que eu queria expor, e até alguns que não tem nada haver. Mas já dá pra assistir alguns que são bons, vejam o nome do vídeo antes de clicar em cima dele, o que tem uma mulher ruiva, é da autora do livro Mentes e Manias. Mas não tem a continuação, mas se vcs buscarem no youtube, lá tem muito material bom.
Sei que muitas pessoas estão visitando meu blog, mas por favor deixem algum comentário, mesmo que não tenham lido tudo. Vou tentar postar um vídeo pra vê se vai... Bjs!

Eleições

Acabei de receber, ontem, a notícia de que fui novamente convocada pra trabalhar nas eleições, eu quase tive um treco com a notícia, meu pai disse que eu posso tentar colocar ele no meu lugar, tomara que aceitem, sabe porque...
Da outra vez não aceitaram eu colocar outra pessoa no meu lugar, as pessoas não fazem idéia do que é trabalhar na eleição e ter TOC.
Pra começar é mudar minha rotina, é trazer mais ansiedade pra quem já explode de ansiedade, é ter que ficar um dia inteiro trancada dentro de uma sala, é ter que usar banheiro que não é seu, é ter que almoçar correndo (algo impossível pra mim), sem poder escolher o cardápio nem a forma com que a comida é colocada no prato, meu almoço é simétrico, não como comida misturada ou mal posicionada, é ter que se explicar para as outras pessoas estranhas que estão com você naquela cessão o tempo todo, se você vai ao banheiro, se você quer água, avisar que vc vai demorar no almoço mas não porque quer, e elas te julgam, geralmente não acreditam em vc, e acham que vc tá fugindo do trabalho, tipo é horrível, eu não como aqueles lanches que dão pra gente, fico com fome, fico nervosa o tempo todo, e isso porque da outra vez ainda não tomava remédios e meu TOC não havia chegado no auge dele, então eu agora terei que passar um dia inteiro me controlando pra ninguém perceber nada, e terei que tomar um monte de remédios na frente dos outros e eles vão me perguntar porque dos remédios. E fora acordar cedo, eu to com dificuldade de acordar cedo, pois não durmo bem e tomo remédio pra dormir, aí é horrível acordar cedo, eu to com medo só de pensar, tomara que dessa vez me deixem ser substituída.
Quem tem TOC podia ser ixento de ter que trabalhar em eleições, ah devia...
A gente tem que pagar remédio, médico, gastar tudo que temos com o tratamento, temos milhares de compromissos e fazemos de tudo pra sair tudo perfeito, é um caos mais um compromisso desse pra nos atrapalhar e nos requerer perfeição.
Se um político disesse que tem TOC, ah eu votava nele, só pra saber que alguém de lá do poder sabe o que a gente sofre e poderia fazer algo por nós. preferia aé que fosse deputado, pra criar algumas leis para nós, não adiantava ser presidente, falo isso porque tem gente que confunde as funções e votam errado. Bem como todos os políticos nos decepicionam mesmo, não importaria o partido, disse que tem TOC em rede pública tem meu voto. Mas ninguém tem coragem de assumir isso, e mesmo assim só teria voto de uma minoria da população, mas bem que podia acontecer pra ver no que daria...
É isso, anos de eleição e eu com mais dificuldade ainda que a maioria das pessoas de tomar uma decisão, e ainda me aprontam uma dessas... (obs.: pessoas com TOC podem ter mais dificuldade de tomar decisões, e eu tenho esse sintoma).
Bjs pra todos, e comentem, bem ou mal, falem sobre, e podem se abrir...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Falando um pouco mais...

Estou um tempão sem minha psicóloga, devido a jogo do Brasil e depois ela desmarcou o outro dia porque ela tava arrumando o novo consultório, amanhã finalmente vou vê-la, não vejo a hora de chegar amanhã...
Hoje fui mais uma vez incompreendida por minha família, por me recusar a colocar ração pro cachorro, eu estava irritada já, com muito TOC, e eu tenho nojo de várias coisas como já falei aqui, tenho essas evitações e ração é uma dessas coisas que me dão nojo, eu tenho nojo também de bebida alcoólica, tenho nojo de tanta coisa, eu não consigo colocara mão, e isso é mais forte que eu, e minha mãe disse que eu e minha irmã estávamos erradas, eu por ter nojo de ração e ela por dizer que ía colocar ração na minha cama, eu disse que dormiria no sofá ela disse que ía encher a casa de ração, eu duvidei, ela disse que faria só pra eu ter que tirar. É nessas horas que eu percebo que minha irmã não mudou tanto quanto eu pensava, ela ainda sabe ser cruel quando quer. Hoje levei uns 50 minutos pra ir de casa ao trabalho, geralmente eu levo meia hora ou menos... muito TOC... É muito ruim conviver todos os dias da sua vida com isso, e se vc fala disso com alguém a pessoa acha que é ruim pq vc ta lembrando da coisa, mas a gente nunca esquece essa coisa, não tem como, é o que nós mais desejamos, que pelo menos por um dia esquecessemos do TOC. Ainda to com raiva dos vídeos não terem funcionado e eu ter tido que apagar várias postagens que sem vídeo não adiantavam de nada... Mas aconselho vcs a assistirem os vídeos do youtube sobre TOC, alguns são muito bons e valem a pena, minha mãe não quer ver, nem conversar sobre este assunto, isso me chateia, ela não me dá atenção pra nada, muito menos pra falar de toc. Acho que ela ainda não aceitou minha doença... Bjs pra vcs!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Estou chateada...

Poxa, tinha tantos vídeos para colocar neste blog, estava tão animada, mas eles tão dando problema e eu não entendo o porquê disso. Ah vou aproveitar e falar que tem alguns personagens que possuem TOC, minha irmã não aguenta me ver vendo um deles na TV ou no PC, mas eu vejo mesmo assim. Na série Glee a conselheira da escola tem TOC, a série Monk - um detetive diferente, ele tem TOC, tem o clássico filme Melhor Impossível, tem O Aviador, acho que é esse o nome, eu adoro assistir Glee, mas não por isso, só que minha irmã chingou a personagem, chamou de idiota, retardada, exagerada, e muitas outras coisas, como fazia comigo, mesmo não sendo comigo eu me senti ofendida, eu defendo quem tem TOC inclusive um personagem que nos representa, ela detesta qualquer um que tenha TOC, e diz que só não fala mas essas coisas pra mim porque estou em tratamento e porque ela não me vê mais fazendo coisas esquisitas, também além dela quase não me ver, eu tento esconder dela. Eu não quero voltar a apanhar da minha irmã, como ocorreu por anos e anos, ela mudou agora, mas não sei até quando... É isso, volto outro dia! Ah, vejam meu outro blog, tá na lista de links, tem alguns vídeos que eu queria colocar ali, lá.

Síndrome de Tourette e TOC

Programa da Opra, nos Estados Unidos, com crianças que tem Síndrome de Tourette e TOC, como já disse neste blog, ambos são consequências da alta ansiedade, ambos são cruéis, fazem sofrer e geram preconceito. Estas crianças se expuseram a um programa assistido por quase todos os americanos para ajudar outras crianças que como elas são incompreendidas, até pelos próprios pais, mostra como essas coisas são sérias e não é falta de castigo, punição e palmadinha na infância, é algo que supera a nossa própria vontade, e que não somos assim porque queremos.
Obs.: A postagem Mentes e manias foi a última a ser postada anteriormente a esta, mas a hora saiu errada não sei porque e ela ficou lá embaixo. E eu recomendo que leiam o meu blog primeiramente das postagens mais antigas até chegar as mais atuais. Vejam e se supreendam com estes vídeos. E se inpirem a participar da campanha anti o preconceito ao TOC, que já foi explicada em postagem anterior. Envie sua contribuição para o meu e-mail.

Preconceito

Eu sofro muito preconceito, esqueci de citar que apesar deu não mais piscar os olhos o tempo todo como fazia quando criança, continuo tendo tiques, eu fico mastigando minha língua e todos percebem isso até meus alunos, pois faço isso quando estou concentrada, ou nervosa, ou ansiosa, ou no computador, ou com tudo isso junto, semana de provas são muito difíceis pra mim. Também faço movimentos com os dedos, fico balançando pra frente e pra trás, sou toda esquisita e isso gera preconceito nessa sociedade que não aceita que todo ser humano tem sua individualidade, suas diferenças e semelhanças com os outros, e que todos devem ser respeitados.
Já é comprovado que quem tem Síndrome de Tourette (tiques muito graves) geralmente desenvolvem TOC, e quem tem TOC geralmente desenvolve alguns tiques. Por isso as instituções que tratam de uma coisa tratam da outra, é o mesmo preconceito, sofrimento, tratamento, udo muito parecido, somos irmãos de doença.
Jáme disseram que o que tenho não é sério, é falta de fé, é falta de apanhar, mal sabem esses que eu já apanhei muito por causa do meu TOC, que sofro com isso, que não quero isso, e que falo com Deus muitas vezes pedindo força pra passar por esta dificuldade, pedindo que isso seja útil de alguma forma, nemq ue seja pra ajudar outros com problemas semelhantes.
Falando nisso eu lancei uma campanha contra o preconceito com o TOC no MSN, no Orkut e aqui também, falarei agora: Quero montar uma apresentação em slides pra ser passada por e-mail para todos os nossos contatos sobre isso, pois quanto mais informados sobre isso, mais eles nos entenderão. Então quero contribuição de todos que têm TOC, que mandem para o meu e-mail (annagabi.epl@gmail.com) com o assunto TOC, o nome, a idade, o Estado brasileiro em que mora, suas manias e obsessões, uma frase sobre o sofrimento que passa, e mais o que quiser, até foto se quiser. E dessa forma contribuirá para esta campanha.
Outra coisa importante de dizer é que estou em tratamento, com psicóloga e psiquiatra, e isso já me ajudou muito, mas ainda tenho muito o que melhorar, pois o que antes eu tinha 20 vezes por dia, agora tenho umas 3 vezes por semana. Isso pra mim já é um alívio.

Depoimento (meu TOC)

Agora chegou a vez deu falar um pouco sobre mim. Bem eu me lembro de ter TOC desde os 5 anos de idade, mas talvez tenho até antes, é que lembro a partir daí. Aos 5 anos já passava horas no banheiro tendo pensamentos esquisitos, contava meus passos, pulava linhas, não passava por debaixo de nada sem retornar, fazia tudo que fazia de um lado também do outro lado, piscava muito (era um TIC nessa idade), ía ao banheiro toda hora, medo de fazer xixi na frente dos outros, pois já havia ocorrido comigo aos 4 anos na escola, mas era toda hora mesmo, quando assistia TV ía em todos os comerciais, na escola ía antes de entrar na sala, tinha medo de pedir a professora, então só pedia se relamente tivesse vontade, ía várias vezes durante o recreio, pois passava metade do recreio ou mais comendo, pois sempre comi com rituais e demoradamente, depois o tempo que restava pra brincar eu corria um pouco sentia sede, bebia água e ía ao banheiro, corria mais um pouco, bebia água e ía ao banheiro. Ou seja, o tempo voava, eu quase nem brincava. Essa parte da escola eu me lembro mais aos 6 anos de idade. Eu também contava tudo, quantas portas tinham na escola, quantos quadrados de piso tinha numa sala de aula, quantas mesas e cadeiras tinham no refeitório, e isso não era só na escola, era em todo lugar, inclusive em casa. E aí ficava repetindo as quantidades várias vezes como se não pudesse esquecer, se eu esquesesse repetia tudo no dia seguinte, e no outro, fazia isso quase sempre. Contava quantas meninas tinham na sala no dia, e quantos meninos, quantas meninas ou meninos a mais, a menos. Fazia contas o tempo todo, quando aprendi a multiplicar até me facilitou as contagens, por isso sempre fui ótima em matemática. Sempre que eu girava pra um lado tinha que girar pro outro, se andava prum lugar voltava de ré pra não mudar a minha posição (direção), mas isso era leve na minha infância, pois na hora da brincadeira não me lembrava de pular linhas, nem era invadida por pensamentos estranhos, mas as vezes não brincava ficava sozinha inventando minhas próprias fantasias, pensamentos, histórias, enormes, com início, meio e fim, geralmente trágicas, e eu vivenciava essas histórias, falava minhas falas, as falas dos outros personagens, tudo isso. Se era uma grávida colocava um travesseiro de baixo da blusa, se estava num ônibus ficava na beliche segurando no estrado da cama de cima, se estava passando mal, contraía meu abdomêm e fazia como se realmente estivesse sentindo as contrações, na ora do parto chegava a gritar, quando estava sozinha em casa, geralmente era trágico, então neste caso o parto era dentro do ônibus e ninguém ajudava, e era complicada a situação, a grávida estava em pé no ônibus, ninguém deu lugar pra ela sentar, o motorista não ía para um hospital ajudar a moça... alguns pensamentos era que meus pais morriam, e eu me descobria neta de outra pessoa, que era adotada, algo assim, variava, aí eu descobria uma biblioteca onde havia um negócio que me deixava doente sem estar doente, e eu tomava aquilo, tipo injeção e ficava de cama, coisas assim, mas eu não queria que meus pais morressem nem que essas doideras fossem verdade, cada vez mudava a pessoa que era minha mãe ou pai, e os problemas da história, as vezes eu tinha câncer, ou doenças estranhas, as vezes eu morava numa cidade de crianças vivendo como adultos, com barrigas e bebês de brinquedo que pareciam reais. Esses pensamentos e vivências existem até hoje, mas foi agravando conforme o tempo, as vezes me imagino várias formas de me suicidar, me vejo doente, vejo morte de meus pais, e fico com medo que por tanto pensar se torne verdade e choro muito. Geralmente isso ocorre quando estou no banheiro, mas não é só por isso que demoro no banheiro. Além dos pensamentos tenho manias e rituais, sempre tomo banho do mesmo jeito, sempre que desligo o chuveiro tem que cair 3 gotas na minha cabeça, se não eu bato no cano no chuveiro, religo o chuveiro até contabilizar 3 gotas. Só pego coisas como jujuba, biscoito, delicado, bala, pipoca, docinho, sendo múltiplo de 3 e preferência 9, pois é 3x3, ou números que eu chamo de inteiros, na verdade são múltiplos de 5, 10, 15, 20, 25... Nunca pego 2 coisas, prefiro pegar uma, e depois de passar um tempo mais uma. Se contabilizo oito em alguma contagem é sorte, pois 8 é meu número da sorte, se é 7 tudo certo, mas ok mesmo é se for 3, 9, ou múltiplo de 5. Eu piso na sombra de um poste com um pé, tenho que pisar com outro, geralmente tenho que subir e decer das calçadas com o pé direito, mas se fizer com o pé esquerdo tenho que repetir com o pé esquerdo pra concertar, se eu pisar numa linha ou folha com um pé, tenho que pisar com outro pra concertar. Faço palavras estranhas, frases inexistentes como "tiga biga lô" e fico repetindo de um lugar a outro, tipo da casa até o trabalho e pisando no ritmo, isso me cança muito, cança o corpo e a mente, cança a boca, fica seca. Se erro algo com um pé e não consigo concertar de jeito nenhum, tipo pisei num buraco e não há outro buraco pra pisar, o pé que não pisou tem que bater no chão com um baque bem forte pra descontar. Se eu arrastar um pé ao andar ou tropeçar, tenho que repetir com o outro, se alguém tocar em mim de um lado, tem que tocar do outro, mas se não tocar eu fico socando o outro lado, por exemplo do ombro e me dá muito nervoso, raiva, angústia. Desde criança eu catuco os cantinhos das unhas, quando eu tinha uns 8 anos, eu acho, caiu a unha do meu dedão da mão, eu dei um treco, não sabia que unha nascia de novo, e não acreditava quando minha mãe me adivertia que isso iria acabar acontecendo, até hoje vivo com os dedos inflamados por causa disso, puxo a pele até sangrar, depois aperto pra sair o púz (desculpem-me não sei escrever esta palavra), minha mãe briga comigo, me faz colocar o dedo na água muito quente, eu já descobri que o que melhora é gelo. Mas agora não faço isso à alguns dias, pois minha psicóloga disse que se eu me machucar ela fica sem me atender um dia, então to tentando me controlar, mas é muito difícil, quando me seguro pra não fazer uma mania, outras ficam mais fortes e os pensamentos também almentam. Eu de tanto pensar em suicídio, já me machuquei várias vezes. Eu soco minha boca até sangrar, passo fio-dental até ele ficar coberto de sangue, já fiz até com 3 fios-dentais de uma só vez, eu mordo minha própria boca, faço feridas, aftas, já peguei tesouras e cortei minha barriga 2 vezes, e outras coisas assim. Ainda conto coisas, ainda ando esquisita, quando sozinha então me liberto e faço tudo que meu toc manda. è difícil viver assim, as vezes eu quero estudar mas não posso pois tenho que fazer outra coisa que meu toc manda, isso quando eu não saio completamente de órbita ao estar escovando os dentes, e quando acordo passou-se meia hora e eu nem percebi, aí me atraso, e fico nervosa, pois sou perffecionista e detesto atrasos, eu gosto de chegar cedo aos lugares, não aceito tirar nota baixa, ou mais baixa doq ue alguém da mesma turma, quero sempre ser a melhor, ser perfeita, detesto cometer erros, e me puno quando erro. Mas nada disso faço porque gosto, faço porque é incontrolável pra mim. Depois numa nova postagem continuarei contando sobre meus TOCs, acho que já escrevi bastante.

Um pouco de informação para os leigos...

Prestem atenção na segunda parte no momento em que um autor interpreta um texto escrito por quem tem TOC, é perfeito!

Não é um dos melhores documentários, mas pelo menos tem o trecho da pessoa com TOC que é perfeita, por isso postei aqui. E para quem é leigo, dá pra ter uma noção básica.

Livro Mentes e Manias

Este livro é muito bom, quem dera que minha mãe já tivesse lido ele, ela só começou e parou. Pois bem, ele informa de forma muito clara tudo sobre TOC, tudo que quem tem e quem convive com alguém deveria saber. Acho até que todos os professores e pedagogos também deveríam ler, mas tudo bem, por enquanto isso é um sonho meu...
Quem quiser o livro basta deixar o e-mail no comentário, que eu envio pro e-mail, está em arquivo, é grátis, não tive dinheiro pra comprar com este tratamento tão caro, mas consegui baixar.
Tentei colocar os vídeos aqui, mais eles começaram a correr e acabaram em 5 segundos, não entendi o erro, repeti e aconteceu tudo de novo, então desisti, depois coloco os links do youtube pra vcs. O mesmo ocorreu com o segundo da Opra, mas o primeiro funcionou e os do documentário também.
Até mais...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Seja bem-vindo!

Criei este blog para expor tudo sobre o TOC, pois eu tenho este Transtorno Obcessivo Compulsivo. Quero informar, postar vídeos, textos e imagens sobre o tema, e também contar um pouco sobre os meus sintomas, meu dia a dia com o transtorno, e sobre meu tratamento.
Também estou disposta a tirar dúvidas, se eu souber responder.
Já li, vi, e estudei bastante sobre este tema. E ninguém melhor do que alguém que vive neste "planeta diferente" para explicar os nossos sentimentos, emoções, ansiedades, medos, angústias, vitórias, preconceitos, etc.
Estou disposta a me expor sim, pois quero que acabe os mitos sobre o TOC e quero que passem a nos respeitar como seres humanos filhos de Deus como qualquer outro.
Pretendo conseguir alcançar meus objetivos e melhorar o futuro das pessoas com TOC.
Ah, não me apresentei direito. Meu nome é Anna Gabriela, sou do estado do Rio de Janeiro, tenho 21 anos.
Seja bem-vindo a conhecer um pouco sobre nosso universo. Bjs pra tds!!!